quinta-feira, 18 de março de 2010

Árvore

Apareço por aqui para escrever sobre as últimas desventuras. O carro não voltou a avariar – boa – a chuva deixou de cair – great – a casa, aos poucos, vai ganhando o meu cheiro, o cheiro da minha terra, o cheiro dos caminhos que percorro quando não estou aqui, o cheiro do meu chão onde eu pudesse espalhar pequenas sementes que um dia, quem sabe, se tornassem raízes profundas como as da árvore que sombreia a casa que ainda é minha mas da qual agora só posso sentir saudade.
Olho através da janela e vejo árvores valiosas que aos poucos rejuvenescem com a chegada da primavera anunciada. Delineio as estórias de quem por aqui passou sem se dar conta destas fiéis espectadoras de enredos, tramas, romances… vidas que por aqui passaram, e já são muitas, e que fazem com que este local seja o que exactamente é, e não outro qualquer.
Os lugares são feitos pelas pessoas que os habitam e por todas as outras que os habitaram e que partiram, mas que permanecem na memória de alguns, ou no caso de uma simples árvore aqui plantada… quem terá plantado esta árvore? O que estaria a pensar quando a deu à terra? Lembrar-se-ia, por ventura, que a sua árvore iria viver muito mais tempo do que ele? Quem dela tomará conta? Quantos olharão para ela e a contemplarão como um monumento, um elogio à própria mãe natureza… o dia da árvore vem aí… e é com orgulho que digo que já plantei algumas!

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